sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Cirurgia Ortognática


Poucas pessoas sabem, mas a correção das deformidades dento-faciais é responsabilidade do cirurgião-dentista, mais precisamente dos especialistas em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial.

A cirurgia ortognática é o procedimento cirúrgico indicado para estas alterações faciais. Esta cirurgia tem por objetivo corrigir o posicionamento dos ossos maxilares, colocando-os em equilíbrio com o restante da face. O tratamento consiste de fases distintas. Primeiramente, o paciente deve consultar o ortodontista e o cirurgião bucomaxilofacial para ser definido o diagnóstico e o plano de tratamento. O tratamento inicia com a correção ortodôntica para posicionar os dentes corretamente nos maxilares. Esta fase tem a duração conforme a complexidade dos problemas dentários, sendo em média de 1 a 2 anos.

Após a conclusão da fase ortodôntica, é feita a cirurgia para corrigir o posicionamento dos ossos maxilares.

 A cirurgia é realizada após o planejamento do Cirurgião Bucomaxilofacial. Esta correção pode ser realizada na mandíbula, na maxila ou em ambos os ossos, dependendo do diagnóstico de cada paciente. O objetivo do tratamento é obter o equilíbrio funcional mastigatório,melhorar as funções respiratória e articular, além de alcançar a harmonia estética facial. 








A cirurgia...

 
A cirurgia é realizada com anestesia geral, em ambiente hospitalar, sendo que a internação se dá no dia da cirurgia e a alta hospitalar normalmente em 24 horas.
Atualmente, os avanços das técnicas cirúrgicas permitem maior agilidade e conforto na recuperação do paciente. No período inicial, geralmente primeira semana é instituído o bloqueio entre os maxilares, impedindo movimentações na oclusão dentária, o que favorece a recuperação no momento em que proporciona repouso muscular da região. Já na segunda semana são utilizados elásticos com a função de guiar as relações dentárias na nova posição.



Realiza-se algum preparo para essa mudança?


É fundamental, para um bom resultado cirúrgico, o adequado preparo ortodôntico para correção do posicionamento dos dentes dentro de suas bases ósseas para que, na cirurgia os maxilares sejam posicionados adequadamente. O preparo ortodôntico requer tempo, a mordida nesta fase tende a piorar, mas isso é temporário e importante para o sucesso da posterior correção cirúrgica.

Como é o pós-operatório?


Geralmente o paciente permanece hospitalizado cerca de um a dois dias, quando então continua sua recuperação em casa. Inicialmente, apresentará inchaço na face. A dor não é freqüente, pois a região operada fica adormecida por alguns meses. A dieta deve ser líquida por dez dias, passando para pastosa até a devida orientação do cirurgião. A fisioterapia é iniciada nas primeiras 24 h após a cirurgia, para drenagem do edema facial e retorno mais rápido das funções mandibulares. O paciente retornará ao cirurgião muitas vezes nos primeiros três meses após a cirurgia, para o devido acompanhamento de sua recuperação. Após duas ou três semanas, geralmente o paciente está apto a retornar a muitas atividades. A recuperação é gradativa, necessitando da compreensão de todos para a mudança ocorrida e o sucesso do procedimento executado.


Quanto tempo depois da cirurgia o tratamento é finalizado?

O paciente retorna ao ortodontista para a finalização ortodôntica cerca de seis semanas após a cirurgia, a fim de realizar o refinamento do posicionamento final dos dentes. Esse processo é variável, durando em média de seis meses a um ano. Após a remoção do aparelho ortodôntico, o paciente permanece com aparelho de contenção por no mínimo um ano.




Implantes dentários



A perda dos dentes é um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Apresenta relação direta com distúrbios mastigatórios, gastro-intestinais, envelhecimento facial, e prejudica o relacionamento social. Como consequências ocorrem alterações funcionais,  estéticas e diminuição  da auto-estima.
Os implantes dentários são a opção ideal para quem deseja repor alguns, ou mesmo todos os dentes. 


Planejamento: 

O planejamento envolve a avaliação da disponibilidade do osso no local. Quando o osso é insuficiente para ancoragem do implante, são necessárias técnicas de enxertos ósseos.Eles podem ser feitos em uma cirurgia prévia à implantação e, nesse caso, os implantes serão colocados após um período de cicatrização óssea de 4 a 6 meses. Quando possível, o enxerto é realizado na mesma cirurgia de colocação dos implantes.


Como funciona o tratamento:

A cirurgia é feita através da colocação de pinos de titânio, que substituirão as raízes dentárias, funcionando como fixação para diferentes tipos de prótese dentárias: indo de um único dente até todos dentes. 
A técnica de implante dentario apresenta ótimos resultados estéticos e mastigatórios. Pesquisas indicam as taxas de sucesso são de aproximadamente 95%. Entretanto, alguns fatores podem influenciar no sucesso do tratamento, como fatores relacionados a disponibilidade e qualidade óssea e fatores pertinentes ao paciente, como o fumo e a diabetes, devendo ser avaliados previamente.
É normalmente, um processo que envolve duas etapas: a primeira, uma etapa cirúrgica, onde são instalados os implantes dentários que substituirão as raízes naturais dos dentes e a segunda etapa, a etapa da prótese, onde serão instaladas as próteses dentárias sobre os implantes, ou seja, os dentes artificiais que ocuparão o lugar dos dentes naturais ausentes ou deteriorados.Em geral, leva-se de 3 meses para que o implante dentário se cicatrize, antes da colocação do dente definitivo, por meio de um processo denominado osseointegração. Neste período de cicatrização, o paciente utiliza uma prótese provisória fixa ou removível. Uma vez que o implante dentário esteja consolidado ao osso, a união pode ser considerada praticamente permanente.


Assista o vídeo - sequência do tratamento 


Componentes do implante dentário:



Dói  para colocar os implantes?

Não. Obviamente trata-se de um procedimento cirúrgico e um certo inchaço é esperado, especialmente nos primeiros 3 dias após a cirurgia. O inchaço é tanto maior quanto maior o porte da cirurgia.  Entretanto,medicações específicas para o controle da dor e inflamação pós-operatória são utilizados para que se reduza a magnitude do processo inflamatório, 
assim como antibióticos que visam prevenir a infecção podem ser prescritos.



Existe perigo de rejeição?
 
Não. A taxa de sucesso dos implantes osseointegráveis é alta, havendo diversos estudos científicos comprovando sua eficácia, mesmo após muitos anos em função mastigatória. Existe, porém, uma possibilidade pequena de perda do implante (não ocorrência da osseointegração), em torno de 2 a 3% dos casos, normalmente logo após o período de repouso pós-implantação. Nesses casos o implante é removido facilmente, podendo um novo implante ser recolocado no local. 



Como devo cuidar dos implantes após o tratamento?  

Os implantes, assim como os dentes e gengivas, têm de ser muito bem limpos, utilizando-se os dispositivos (fio dental e escova) recomendados pelo seu cirurgião-dentista. 
A principal complicação biológica é a perda óssea ao redor do implante.  
O mais importante é o comparecimento regular do paciente às consultas de manutenção para prevenir ou diagnoticar precocemente qualquer alteração.



quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Sisos

Existem quatro sisos, sendo dois superiores, sendo um direito e um esquerdo, e dois inferiores, um direito e esquerdo.



 

   A erupção dos dentes dos sisos é por volta de 17 a 20 anos de idade, portanto devemos avaliar, através de avaliação clinica e radiografia panorâmica a posição dos sisos e a conduta a ser  tomada. 






Os pacientes devem ser avaliados e encaminhados a profissionais com especialização em Cirurgia Bucomaxilofacial


Por que às vezes eles não erupcionam ?

Devido à falta de espaço na arcada dental ou pelo seu mau posicionamento com mostram as figuras:



0 que acontece se ele ficar dentro do osso (não erupcionar)?


Cárie no siso e nos dentes vizinhos, dores na articulação da mandíbula, cefaléia, reabsorção dos dentes adjacentes.

Apinhamento dos outros dentes. 

Formação de cistos e tumores 

Existem os casos em que os dentes sisos, mesmo inclusos, ainda não apresentaram nenhuma complicação, entretanto recomenda-se avaliação específica, de modo a evitar futuros transtornos.

Pois a presença de cistos e tumores que podem estar  associados a esses dentes, na maioria das vezes não causam sintomatologia dolorosa e se detectados já em estágios avançados, dependendo do tamanho que atingiram e do tipo de tumor podem levar a necessidade de remoção de um segmento da mandíbula, por exemplo. 







Além de doenças, a presença dos sisos na mandíbula torna  esse osso mais frágil, pois ocupa lugar que seria preenchido por tecido ósseo. Observe a fratura da mandibula  na região do siso na radiografia.

Os dentes inclusos podem causar fratura patológica de ossos da mandíbula e atrofia óssea em pacientes acima de 50 anos.



0 que acontece se ele erupcionar parcialmente?

A erupção parcial ocorre geralmente por falta de espaço na arcada ou pelo mau posicionamento do dente.

Essa situação pode provocar irritação local, dor e inchaço, além de processos inflamatórios como gengivites (inflamação da gengiva) e sinusite e infecções. Os quadros infeciosos podem trazer conseqüências graves, culminando em infecção nos rins, fígado e coração. 

Pode ocorrer cárie, reabsorções ósseas e reabsorção nos dentes vizinhos como mostra a figura:


Os dentes do siso, que não possuem apoio nos dentes da arcada oposta a ele, podem extruir  e afastar os dentes vizinhos, podendo levar a cáries e problemas  periodontais (perda óssea), por facilitar a retenção de alimentos. Esses dentes também devem ser removidos, para evitar um problema maior.


É verdade que o dente do siso empurra os outros dentes, provocando mudanças de posição?

Há duas correntes: a primeira diz que, se houver espaço suficiente para a erupção do siso e o paciente não tiver tendência a apinhamento (mudança de posição), não haverá problemas; já a segunda diz que, se o espaço for insuficiente e o paciente, submetido à ortodontia e com tendência a apinhamentos, ou mesmo, só submetido à ortodontia, mas com a mesma tendência, poderá ter problemas futuros, como o apinhamento de dentes.

Atualmente, há trabalhos científicos que citam que o apinhamento dentário não é causado pelo terceiro molar e sim pelo crescimento mandibular residual.


Quando a gengiva do dente do siso que está erupcionando inflama, o que fazer?

Deve ser feita a remoção do tampão gengival que cobre parcialmente a superfície dental. Além disso o paciente, para melhorar esse quadro inflamatório, deverá realizar higiene oral rigorosa no local; bochechos com anti-sépticos bucais podem amenizar o quadro. Após remissão do quadro inflamatório o siso deve ser extraído.

 

Quando é indicada a extração do siso?

 A sua extração está indicada na ausência de espaço para a erupção, no posicionamento inadequado do siso e quando se inicia a erupção e esta não se completa.

A época ideal para extração é entre 15 e 20 anos, pois o aumento natural da dureza do osso, que ocorre com o decorrer da idade e características anatômicas da formação e posição em que se encontram os dentes do siso, poderão dificultar a sua remoção..

O tratamento deve ser feito por profissional com especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, profissional capacitado a evitar complicações durante a cirurgia, tais como injurias aos dentes vizinhos, hemorragias durante a operação ou no pós-operatório.

Como é realizada a cirurgia dos sisos?

Nas cirurgias de extração dos dentes do siso, podem ser utilizados instrumentos cirúrgicos, como o cinzel e martelo para osteotomia e odontosecção , que traumatizam e estressam o pacientes. Na técnica utilizada por nós não utilizamos esses intrumentos. A cirurgia compreende desde o preparo da sala cirúrgica, tomando-se as medidas de biosegurança, com intrumentais devidamente esterelizados, cuidados com a contaminação para que se diminua o risco de infecção. E a cirurgia propriamente dita: anestesia local, corte e descolamento do tecido gengival, remoção do osso que recobre o dente e odontosecção (corte do dente em partes), remoção do dente, remoção dos restos de osso e pedaços de dentes, que porventura possam estar dentro da cavidade, e pontos.


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial

A Cirurgia Bucomaxilofacial é uma Especialidade inerente a Odontologia, disposto na Declaração Conjunta Conselho Federal de Medicina/ Conselho Federal de Odontologia  (1999) e compreende as seguintes áreas de atuação:

- Cirurgia dos sisos

- Fase cirúrgica dos implantes osseointegrados

- Cirurgia e patologia Oral: cistos, tumores, desinserção de freio lábial e lingual

- Cirurgias avançadas para reconstrução óssea, enxertos ósseos

- Trauma facial e suas seqüelas

- Reconstruções do esqueleto facial

- Deformidades de crescimento maxilomandibular : Cirurgia Ortognática